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7 de jun. de 2013

Javé, o Demiurgo? Lúcifer Existe?

Monte Nebo - Moab, Moisés em Canaã



Pergunta interessante recebida por email sobre o tema: “José a minha pergunta desta vez é a seguinte.Assistindo á um video,de um palestrante de pseudonimo Jan Van Allen sobre Javé,fiquei não digo confuso,mais muito confuso.O palestrante diz coisas que tem nexo,mais deixa ''buracos'' nestas informaçoes muito desconexas,pelo menos .para mim, a respeito deste Personagem chamado JAVÉ,não sei c vc já viu alguma palestra deste senhor, são várias sobre diversos temas.Mais em particular fiquei curioso e ao mesmo tempo muito pensativo.Afinal quem é este Personagem tao polemico?Qual seu papel na vida de todos nós nesta Obra Divina?Qual o mistério que este palestrante tenta esconder á respeito de Javé?Será que que a Gnose está certa quando diz que Javé é um Mago Negro dos mais temíveis?Ou será que este senhor se encaixa naquilo que vc tão bem coloca sobre a fascinaçao?Espero ter me expressado de forma coerente,até mais e um abraço xará.OBRIGADO.” (Antônio)



Olá Antônio, eu não conheço muita coisa sobre o Jan Ellam, o que eu sei é que lá pelos idos de 2007 ou 2006 ele errou diversas profecias sobre supostos contatos de extraterrestres com a humanidade em datas que supostamente teria recebido por contato com os próprios extraterrestres. Isso foi amplamente divulgado: AQUI


O pouco que eu li do que ele escreveu não me despertou interesse, mas aí já é questão de gosto pessoal. Quanto a tua pergunta sobre Javé, eu não sei qual seria a visão do Jan Ellam sobre o assunto, o que eu sei é que existem algumas linhas de estudo, como a gnose de samael, que entendem Javé como o demiurgo, uma entidade que seria a criadora do mundo material, dotada de sabedoria limitada e imperfeita, ou seja, ele seria um ser que em épocas imemoriais foi um criador, assim como Deus (que é o supremo criador) mas resolveu exercer esse grande poder de criação em polaridade oposta a Deus, negativa, sendo uma antítese de Deus em poder e o responsável pelo mal do mundo. Ou seja, a explicação do gnosticismo é de que o mal não provém de Deus mas sim de uma entidade criadora intermediária responsável pela criação do mundo material. Dessa forma, o suposto criador da Terra seria essa entidade, o demiurgo, que criou o mundo com a maldade que existe até hoje por um ato de desobediência a Deus.

Pra mim, na minha opinião, isso é besteira, tal entidade não existe e nunca existiu, é apenas uma necessidade do homem, desde épocas imemoriais, em criar arquétipos maniqueístas, justificando o mal, que o próprio homem pratica pelo seu livre poder de escolha, como obra do “capeta” ou de um “anjo caído”. Deus criou o homem simples e ignorante (ignorando a lei de amor justamente pela sua inexperiência) para que ele evolua e aprenda, pelas próprias escolhas, a despertar a essência divina que existe dentro dele, despertar esse que ocorre uma hora ou outra devido a ação da lei do karma, que impulsiona o homem a felicidade quando age em acordo com a lei do amor e ao sofrimento quando pratica atos em desacordo com a lei do amor, devido ao processo de resgate e retificação que sofre como efeito ao mal praticado. 

Ocorre que a Terra sendo mundo de expiação e provas onde a maioria dos espíritos estão em um nível evolutivo atrasado, acaba por ser campo de lutas e provações, não porque um ser (demiurgo) tenha feito uma criação com defeito de fabricação, mas sim porque as próprias pessoas, em sua maioria,  estão em um nível moral e evolutivo atrasado, gerando karmas negativos pelos próprios atos invigilantes (e aí depois querem arranjar um bode expiatório quando chega a conta dos atos praticados).

Deus, em sua suprema bondade, permite as provações justamente para alavancar, através do sofrimento, a lição ou entendimento que não foi aprendido pelo exemplo de amor. Pra um aluno do primário, quando a professora ao observar a caligrafia ruim do aluno indica que ele repita uma mesma palavra 10, 20 vezes até que melhore a caligrafia, pro aluno isso é um “castigo” mas na verdade é a forma de fazer com que ele escreva melhor. 

Sempre que agimos de forma errada, ou seja, em desacordo com a lei do amor, teremos que “repetir a caligrafia’ até que ela fique "bonita", em consonância com a lei de amor e essa repetição é justamente sentir, em nós mesmos, aquilo que “escrevemos sobre os outros”. A medida que “escrevemos melhor” deixamos de sofrer com karmas negativos, simplesmente porque Deus é como a professora do primário: não quer o sofrimento do aluno, mas sim que ele aprenda pelos próprios esforços. O problema é que tem gente achando que essa professora é um demiurgo malvado fazendo o pobre aluno padecer na repetição da caligrafia.....

Mas então, afinal, quem é Javé? Pra resumir a história, Moisés ao libertar o povo hebreu do domínio egípcio e viajar por anos e anos pelo deserto (o êxodo) precisava motivar aquelas pessoas, não apenas a continuar na peregrinação rumo a terra prometida (Canaã) mas também a abandonar os costumes politeístas herdados da cultura egípcia. Moisés sabia que Deus é um só, o único criador, mas precisava ensinar essa idéia numa forma que os hebreus da época compreendessem. Foi então que ele criou a figura de um Deus antropomórfico, quase humano, aguerrido, justiceiro, que deveria ser temido e obedecido pela sua força e justiça implacável.

Moisés sabia que Deus não era assim, mas o povo só assimilaria a idéia do monoteísmo se conseguisse compreender Deus de alguma forma, mesmo que fosse um Deus quase humano. Apesar  dessa idéia do “Deus tropa de elite”  ter sido disseminada em grande parte do povo hebreu, Moisés também ensinou a um pequeno grupo, de hebreus com um maior potencial em compreender a real natureza de Deus, quem realmente era Javé. Esse pequeno grupo, chamado de essênios, viria a ter acesso aos estudos sobre YHWH, Cabala e todo conhecimento mais avançado da espiritualidade. Esse pequeno grupo dentro do povo hebreu foi quem ao longo dos séculos antes da vinda de Jesus construiu três templos essênios próximos da região onde Jesus nasceria : em Alexandria próximo ao lago mareotis, no Monte Carmelo e em Qumran próximo ao rio Jordão.

A grande massa de hebreus durante o êxodo, entretanto, não conseguiu assimilar esse conhecimento, tornando-se assim conhecidos como fariseus que significa em português “separados”. O Deus de amor que Jesus ensinou e em boa parte espelha muito do conhecimento dos essênios é o mesmo Deus que Moisés ensinava aos essênios mas para a grande maioria dos hebreus ainda com dificuldade em se desvencilhar do politeísmo, a imagem que Moisés passou pra essas pessoas de Deus foi com um objetivo definido e não a verdadeira imagem de Deus ou da Sua verdadeira natureza.

Não tem nada de Lúcifer, demiurgo e coisas do tipo, inclusive em um dos posts da fanpage eu falo sobre a questão de Lúcifer, um gravíssimo erro teológico sem qualquer sustentação bíblica: AQUI

Como você pode ver Antônio, a história é bem mais simples do que alguns tentam complicar. Abraço

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